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Câmara aprova projeto que torna crime fotografar por debaixo da roupa sem autorização

Por Camara dos Deputados em 04/11/2024 às 22:32:03
Foto: Câmara dos Deputados

Foto: Câmara dos Deputados


A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que determina o uso de tecnologia em celulares para acionamento de emergĂȘncia do nĂșmero telefônico de denĂșncia de violĂȘncia contra a mulher. O projeto também prevĂȘ pena especĂ­fica para quem capta fotografia ou vĂ­deo das partes Ă­ntimas de outra pessoa sem seu consentimento prévio. É o caso, por exemplo, de homens que fotografam mulheres discretamente por baixo de suas saias em veĂ­culos pĂșblicos.

A pena atribuĂ­da para esse ato serĂĄ a mesma daquela para quem produz, fotografa, filma ou registra, por qualquer meio, conteĂșdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de carĂĄter Ă­ntimo e privado sem autorização dos participantes: detenção de 6 meses a 1 ano e multa.

De autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), o Projeto de Lei 583/20 foi relatado pela deputada Silvye Alves (União-GO). A proposta foi aprovada nesta segunda-feira (4) no PlenĂĄrio da Câmara e serĂĄ enviada ao Senado.

Silvye Alves afirmou que a legislação deve abordar novas realidades, como a captação e divulgação de imagens não autorizadas de partes Ă­ntimas de uma pessoa, prĂĄtica conhecida como upskirting. "Temos que dar a resposta necessĂĄria às novas dinâmicas sociais e tecnológicas e reforçar a importância do consentimento em todas as interações, especialmente naquelas que envolvem a captura de imagens", disse.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados Discussão e votação de propostas legislativas. Dep. José Guimarães (PT-CE) José Guimarães, autor do projeto de lei

No entanto, o texto aprovado faz referĂȘncia à captura de "cena sensual ou libidinosa" em locais pĂșblicos ou privados, mesmo que as vĂ­timas usem roupas que não possibilitem a exposição explĂ­cita de parte Ă­ntimas de seu corpo, possibilitando lacunas de interpretação sobre o que seria sensual ou libidinoso.

O deputado Delegado da Cunha (PP-SP) ressaltou que, muitas vezes, quando se quer agredir uma mulher, o agressor tira fotos escondidas e as manipula. "Não dĂĄ mais para se admitir usar a imagem da mulher para atacar a própria mulher", afirmou.

O autor da proposta, deputado José Guimarães, elogiou as mudanças ao texto original, como a previsão de punição da prĂĄtica no Código Penal. "Estamos votando um projeto importante nesta luta permanente de enfrentamento da violĂȘncia contra a mulher. Isso também é uma violĂȘncia, coberta, que acontece em diversos espaços no PaĂ­s", disse.

A procuradora da Mulher na Câmara, deputada Soraya Santos (PL-RJ), afirmou que a proposta traz aprimoramento à Lei Carolina Dieckman. "As leis precisam ser questionadas sobre sua efetividade", declarou.


Fonte: Câmara dos Deputados

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