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Veja o que é #FATO ou #FAKE na sabatina de Carlos Viana para O GLOBO, Valor e CBN

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Por Redação em 06/09/2024 às 17:57:45
Candidato do Podemos encerrou a série de entrevistas com postulantes à Prefeitura de Belo Horizonte. Veja o que é #FATO ou #FAKE na sabatina de Carlos Viana para O GLOBO, Valor e CBN

Reprodução

Os jornais O GLOBO e Valor e a rádio CBN finalizaram as sabatinas com os cinco principais candidatos às prefeituras de Belo Horizonte, Rio e São Paulo. O candidato Carlos Viana (Podemos), que é senador, foi o entrevistado desta sexta-feira, dando fim à série de entrevistas com os postulantes que disputam o pleito na capital mineira.

As entrevistas têm transmissão ao vivo pela rádio e nos sites e redes sociais dos três veículos. Os eleitores também poderão se informar pelas reportagens e análises sobre os encontros. Ao todo, serão três semanas de sabatinas presenciais, que terão início às 10h30m, com duração aproximada de uma hora.

Em todas as capitais, as sabatinas serão conduzidas por jornalistas e colunistas dos três veículos. Na capital mineira, os candidatos foram entrevistados pelas colunistas Bela Megale e Renata Agostini, do GLOBO e da CBN, pela âncora da rádio Shirley Souza e pela jornalista Cibelle Bouças, do Valor Econômico.

A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações de Carlos Viana. Leia:

"Belo Horizonte tem, aproximadamente, 13 mil moradores de rua. Metade não é de Belo Horizonte"

selo fato

g1

A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com os números mais recentes do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS), da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a cidade de Belo Horizonte tem 13.776 indivíduos vivendo na rua. A estatística coloca a capital mineira em terceiro lugar no ranking nacional de pessoas em situação de rua. Realizado em junho deste ano, o estudo leva em consideração dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal. A pesquisa, no entanto, não avalia a origem dos cidadãos.

Outra análise anterior, feita pela Prefeitura de BH em conjunto com a UFMG, contabilizou 5.344 indivíduos sem-teto. Segundo o levantamento, 43,7% desse total são belo-horizontinos, enquanto 56,3% provêm de outros municípios.

"É um sistema [de transporte] que se auto mantém com as tarifas como estão hoje. A Prefeitura deu um subsídio [...] Esse subsídio que a prefeitura está dando hoje é impraticável. Meio bilhão no ano passado, R$ 350 milhões esse ano."

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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: O candidato se equivocou com uma diferença de mais de R$ 40 milhões do valor do subsídio repassado para as empresas de ônibus em 2024. As companhias de Belo Horizonte receberam R$ 306,4 milhões como forma de concessão para o sistema de transporte na capital mineira. No ano anterior, R$ 512 milhões foram repassados para as companhias. Viana também apresentou uma discrepância de R$ 12 milhões no valor do período.

O decreto que determina abertura dos valores foi publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte, no Diário Oficial do Município. A decisão corresponde ao projeto Lei 11.458, de 2023, que estabelece repasses de subsídio para o setor de transportes de forma anual descritos no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG).

"Primeiro a questão de financiamento. Eu fui o que menos recebeu, mais tarde, inclusive, e a campanha custou a começar a ser feita. Isso impacta a população que ainda não tomou a decisão de uma maneira muito forte. Segundo o tempo de televisão: meus colegas têm um minuto e meio. Eu tenho 27 segundos."

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A declaração é #FAKE. Veja por quê: Uma consulta ao sistema de divulgação de candidaturas e contas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que Carlos Viana declarou receitas de R$ 8 milhões. O valor empata com o valor declarado por Duda Salabert (PDT) e está acima do declarado por Rogério Correia (PT): R$ 5.250.000,00, Mauro Tramonte (Republicanos): R$ 4.695.447,00, Gabriel (MDB): R$ 3.218.301,89, Wanderson Rocha (PSTU): R$ 147.000,00 e Indira Xavier (Unidade Popular): R$ 10.615,29. Carlos Viana recebeu menos receitas apenas que Bruno Engler (PL): R$ 10.667.000,00 e Fuad Noman (PSD): R$ 10.100.000,00.

A coligação de Carlos Viana de fato tem 27 segundos de tempo de televisão, um segundo a mais do que Duda Salabert e abaixo de Bruno Engler (2'43), Fuad Noman (2'34), Rogério Corrêa (1'49), Gabriel (1'07), Mauro Tramonte (0'50).

"As crianças de Belo Horizonte não são alfabetizadas na idade certa"

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A declaração é #FATO. Veja por quê: O Indicador Criança Alfabetizada Brasil, do Ministério da Educação, publicado em junho de 2023, aponta que 57,6% dos estudantes da capital mineira são considerados alfabetizados até o segundo ano do ensino fundamental, classificando a cidade em nível 2 de alfabetização, de uma escala de 1 a 5, em que no nível 5 a meta de 80% de crianças alfabetizadas até o segundo ano foi atingida. O programa do governo federal tem como objetivo chegar aos 80% em todo o país até 2030. A taxa também está abaixo da média de Minas Gerais, de 60%.

"O Brasil é o quarto país em relação ao PIB no investimento de educação"

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A declaração é #FAKE: Veja por quê: De acordo com os dados de 2020, os mais recentes relativos ao Brasil do relatório "Government expenditure on education, total (% of GDP)", produzido pelo Banco Mundial com base em dados da Unesco, o país configurava em 29º lugar no ranking de investimento em educação com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com empenho de 5,7% do total produzido. Apesar disso, o ranking daquele ano contava com 198 países e o Brasil constava acima de muitos considerados desenvolvidos, como França, Nova Zelândia, Austrália e Alemanha.

"Me dê índices de educação que melhoraram em Minas? Me fale onde as escolas de Minas melhoraram?"

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, em agosto deste ano, os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023.

No Ideb 2023 do ensino médio, Minas manteve o índice de 4,0 alcançado na edição anterior, com aumento no rendimento (fluxo) de 0,84 em 2019 para 0,87 em 2023. Nas escolas estaduais de Minas Gerais, o Ideb caiu nos anos finais do ensino fundamental, de 5,0, em 2021, para 4,6, em 2023, porém houve uma melhora no rendimento, passando de 0,88 em 2019, para 0,92 em 2023. Além disso, nos anos iniciais, o índice subiu de 6,0 para 6,2.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que outra conquista é que Minas alcançou um desempenho no Saeb maior que a média nacional, nos anos iniciais do ensino fundamental. A nota de Minas foi 6,27 enquanto o país obteve o resultado de 6,12.

O governo de Minas vinha afirmando que não é possível comparar os resultados de 2023 com os de 2021, devido aos desafios causados pela pandemia, como o ensino remoto e a aprovação automática para evitar evasão escolar.

Segundo balanço do primeiro mandato do governador Romeu Zema (NOVO), houve também expansão do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), com aumento de 12 mil para 91 mil vagas entre 2019 e 2022, e ampliação de 77 para 592 escolas ofertantes do tempo integral. O último dado disponível dá conta de que há EMTI em 338 municípios. Em 2019, a modalidade era ofertada em apenas 67 cidades.

Ainda segundo a Secretaria Estadual de Educação, o programa Mãos à Obra na Escola, lançado pelo Governo de Minas em 2019 com o objetivo de revitalizar as instalações das escolas estaduais, já investiu cerca de R$ 1,3 bilhão, beneficiando 708 municípios em todas as regiões do estado. Até o momento, foram atendidas 2.326 escolas estaduais, com um total de 4.978 obras concluídas e outras em andamento.

"A minha crítica é sobre feitos. Me aponte uma obra que o Zema fez em Minas Gerais, uma obra que avançou Minas em algum motivo?"

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A declaração é #FAKE: Veja por quê: O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), tomou posse em janeiro de 2019 e foi reeleito para seu segundo mandato em 2022. Segundo informações do governo de Minas, algumas obras já foram entregues. Entre elas, as obras de pavimentação da LMG-760, em agosto do ano passado.

A reforma do trecho, de aproximadamente 50 quilômetros, era aguardada pela população local há cerca de 40 anos. As intervenções fazem parte do Provias, programa do Governo de Minas que é o maior pacote de obras rodoviárias da última década. São R$ 2 bilhões em investimentos diretos e 100 obras de pavimentação e recuperação de rodovias espalhadas por todo Estado. Até agosto de 2023, ao menos 40 obras haviam sido entregues dentro do projeto.

No balanço do primeiro mandato do governador Romeu Zema, a Secretaria de Infraestrutura também destaca que o portfólio de concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs) se tornou o maior do país, somando 15 projetos estruturados e mais de R$ 20 bilhões em investimentos. Foram concluídas as concessões do Rodoanel Metropolitano, Metrô da RMBH, Aeroporto da Pampulha, Mineirinho, Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Belo Horizonte), Lotes Rodoviários 1 (Triângulo Mineiro) e Lote 2 (Sul de Minas).

Procurada para um posicionamento, a Secretaria Estadual de Infraestrutura de Minas Gerais não retornou à equipe do Fato ou Fake até a publicação desta reportagem.

Participaram desta checagem: Daniel Biasetto, Lucas Guimarães, Rayane Rocha, Giovanna Durães, Pedro Bohnenberger, Rodrigo Salgado, Rodrigo Rocha e Roney Domingos.

Fato ou Fake explica:

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Fonte: G1

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