Os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza deixaram mais de 80 mortos nas últimas 24 horas, anunciou o Hamas nesta terça-feira (14), enquanto 450 mil palestinos tiveram que fugir de áreas atacadas de Rafah, cidade onde Israel ameaça iniciar uma grande ofensiva. O secretário-geral da ONU, António Guterres, está “horrorizado” pela crescente atividade militar de Israel em Rafah e seus arredores, disse um porta-voz nesta terça-feira. “Estes acontecimentos estão impedindo ainda mais o acesso humanitário e piorando uma situação que por si só já é terrível’, afirmou Farhan Haq, que criticou também o Hamas por “disparar foguetes indiscriminadamente” contra o território israelense.
De acordo com a ONU, “450 mil pessoas foram deslocadas à força” desde que o Exército israelense ordenou a evacuação de civis no leste de Rafah em 6 de maio. O Exército israelense anunciou que um civil israelense morreu e cinco soldados ficaram feridos nesta terça-feira no norte de Israel por um foguete lançando do Líbano. A guerra entre Israel e o Hamas entra em seu oitavo mês, enquanto Israel comemora, nesta terça, o 76º aniversário da criação de seu Estado. No pequeno território palestino cercado e devastado por bombardeios e combates entre soldados israelenses e integrantes do Hamas, a população civil, forçada a diversos deslocamentos desde o início da guerra, retorna às estradas para tentar encontrar refúgio, embora a ONU afirme que “não há lugar seguro em Gaza”.
Netanyahu está determinado a iniciar uma grande operação em Rafah, onde, afirma ele, estão entrincheirados os últimos batalhões do grupo islamista. O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, duvida que uma operação em Rafah consiga eliminar o movimento palestino. Para a Casa Branca, “seria um erro iniciar uma grande operação militar no coração de Rafah, que colocaria em perigo um grande número de civis sem um benefício estratégico claro”. A Corte Internacional de Justiça, por sua vez, anunciou que realizará audiências nesta semana sobre a ofensiva em Rafah, a pedido da África do Sul, que exige que Israel retire suas tropas dessa cidade.
*Com informações da AFP
Fonte: JP