Artistas e influencers divulgaram material sobre suposto aumento da violĂȘncia na ilha; governo diz que dados são falsos. VĂdeo incluĂa até imagens feitas fora do Brasil. O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, afirmou neste sĂĄbado (24) em uma rede social que o órgão vai investigar se "redes de desinformação" atuaram para espalhar informações falsas sobre a situação de crianças na Ilha do Marajó, no ParĂĄ.
A investigação, segundo Messias, serĂĄ coordenada pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia.
"Determinei à PNDD que atue imediatamente na identificação de redes de desinformação, que criam desordem informacional sobre a Ilha de Marajó. Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o Poder PĂșblico", escreveu Messias.
"O Governo Federal estĂĄ empenhado em apurar denĂșncias sérias para desarticular redes de trĂĄfico humano e exploração sexual e infantil em todo o território nacional. Protejamos as nossas crianças sem a propulsão de notĂcias falsas!", prosseguiu.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, também comentou o tema na rede social X (antigo Twitter).
"É isso, ministro Jorge Messias. Não vamos permitir a difamação de uma região por oportunistas que se valem de um grave problema nacional como o da proteção de crianças e adolescentes para alavancar interesses polĂticos ou financeiros", escreveu.
Ao longo da Ășltima semana, influencers e artistas divulgaram imagens e informações que citavam um suposto aumento da violĂȘncia e da exploração infantil na Ilha do Marajó. Esse material, segundo o governo, é falso – havia inclusive vĂdeos gravados em outros paĂses e divulgados como se fossem no Brasil.
Seca atinge comunidades e a fauna da Ilha de Marajó, no ParĂĄ
Na sexta, o Ministério dos Direitos Humanos jĂĄ tinha emitido uma nota dizendo serem falsas as informações sobre um suposto cancelamento de "ações, polĂticas e projetos voltados ao Marajó".
"Em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou o Programa Cidadania Marajó, um novo marco em polĂticas pĂșblicas para a região. O antigo programa, intitulado 'Abrace o Marajó', alvo de crĂticas e denĂșncias, esse, sim, foi revogado", informou a pasta.
"É preciso inverter lógica assistencialista e modos de vida da população do Marajó. PossuĂmos o compromisso de não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial, crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual", prosseguiu o governo.
"Essa retórica, que visava apenas à estigmatização do povo marajoara, foi justamente o motivo que fez com que o programa anterior fosse descontinuado, sem nenhuma entrega ou ação concreta", diz ainda o comunicado.